quinta-feira, setembro 30, 2004

Alien Vs Predator

Em mais uma adaptação da banda desenhada, encontram-se agora dois monstros que, por caminhos separados, se tornaram também ícones do cinema fantástico das últimas décadas. Para não revelar nada aos fãs indefectíveis, basta dizer que Alien Vs Predator conta a estória de um duelo milenar em que um grupo de humanos desprevenidos se envolve sem querer. Alien Vs Predator tem um bom ponto de partida, mas falta-lhe um olhar novo sobre as duas espécies... Falta-lhe imaginação para ir além do que os filmes anteriores deixaram traçado. E as interpretações dos actores são pouco mais que sofríveis... Recomendo apenas a quem sabia que, independentemente do que lesse aqui, ia ver o filme...
Classificação: 56 kbps

Envy

Jack Black (High Fidelity, School of Rock) inventa um produto revolucionário que faz desaparecer os dejectos dos animais. O seu melhor amigo Ben Stiller (Meet The Parents, Along Came Polly) troçou da ideia numa fase inicial, recusou entrar no negócio e depois fica verde de inveja quando se apercebe do sucesso do amigo e da fortuna que este alcança. Esta é a estória por detrás de uma comédia que prova que juntar os dois grande actores cómicos do momento não faz necessariamente um filme. Invejo quem não viu...
Classificação: 9 kbps

Super Size Me

30 dias a comer só McDonalds. Só! Morgan Spurlock sujeita-se a este desafio para comprovar os efeitos da fast-food e a sua correlação com a crescente taxa de obesidade na América. Este é o mote para um documentário "à la Michael Moore", pronunciadamente dirigido para um ponto de vista mas com suficientes depoimentos, testemunhos, peripécias e motivos de interesse para prender a nossa atenção e ensinar até aos mais cépticos alguma coisa sobre alimentação. Depois de Super Size Me, vão pensar duas vezes antes de pedir um Big Mac...
Tipo: Bowling for Columbine
Classificação: 512 kbps

quarta-feira, setembro 29, 2004

O Critico Desempregado e a Professora Sem Colocação

Há 10 anos, à beira-mar, nasceu um amor. Um amor à primeira vista... e meia. Porque o destino viu-nos crescer na mesma cidade e na mesma escola, mas foi nas areias douradas da Costa da Caparica que nos olhámos com olhos de ver, pela primeira vez. Não te conhecia, mas reconheci-me em ti: primeiro, nos gostos musicais e, depois, em todas as outras afinidades que fomos descobrindo em conversas que serviam de pretexto para nos continuarmos a olhar. Se hoje a tua beleza tem para mim o peso de 10 anos de intimidade, lembro-me que na altura tinha a apenas a frescura e o impacto de uma obra de arte em que, a cada olhar, se descobre algo de novo para admirar. E assim conheci e fiz minha a mulher que fez de mim o homem que sou hoje. A memória de mim anterior a ti resume-se a estórias que oiço como se lê em livro, naquele limbo de identificação e afastamento da personagem. Hoje, reconheço que dependo de ti para viver. Para o bem e para o mal, este sou eu. Não mudei muito, eu sei, de há dez anos para cá. Continuo este rapazinho de barba por fazer, preguiçosamente racional, tão inseguro quanto arrogante, pragmático e picuinhas, mas que te valoriza e respeita cada vez mais por quem és. Ainda assim, amo-te e odeio-te e amo-te com uma força que eu nunca soube controlar… sempre foi maior que eu, um fenómeno divino ou diabólico que ora me consome ora me alimenta, sem eu perceber como. Percebo, isso sim, que não saberia viver sem ti, mesmo que quisesse. Por isso deixa-me tomar-te nos braços e levar-te comigo para um futuro querido mas incerto, temido e ansiado, em que, pelo menos, possamos continuar a olhar-nos, num sorriso silencioso, como quem se congratula pela sorte que nos calhou em destino de poder beijar para sempre o amor da nossa vida…

segunda-feira, setembro 27, 2004

I, Robot

A apresentação não fazia adivinhar nada de bom. Robots mauzões, explosões e chavões. E Will Smith... Mas com Alex Proyas (Dark City) a realizar lá mordi o isco. E não desgostei... I, Robot tem de facto algo de medíocre, por ser demasiado submisso face a outras referências cinematográficas que retratam o futuro e óbvio na avidez de oferecer ao espectador as explosões e lutas que garantem resultados nas bilheteiras. Ainda assim, tem elementos positivos na forma como aborda as questões filosóficas patentes na relação senhor-servo entre homens e robots. E é das consequências mais extremas dessa relação que o filme nos oferece uma lição. Uma daquelas bofetadas que nos faz sair da sala a pensar um bocadinho mais sobre a natureza humana. E isso, "nos meus livros", é sempre bom...
Tipo: Matrix, Dark City, AI
Classificação: 128 kbps

The Village

M. Nyght Shyamalan (The Sixth Sense) é um fenónemo... o rapaz tem um dom para fazer aquele tipo de filmes que agradam a todos, seja o crítico de cinema com predilecção pela produção polaca dos anos 50 ou o espectador domingueiro que aguarda com ânsia o próximo filme de Steven Seagal. Como apenas alguns poucos antes dele conseguiram de forma tão sistemática, Shyamalan usa os seus filmes como veículos de exploração da condição humana sem perder o trilho do cinema de entretenimento. Em The Village essa fórmula não se perde. Trata-se de uma espécie de "Dogville (de Lars Von Trier) meets Alien (de Ridley Scott)", mas sem a inevitabilidade trágica destes dois. Até porque quem já viu os filmes anteriores de Shyamalan deverá reconhecer-lhes finais de travo doce, reconciliadores ou até (palidamente) optimistas... Absolutamente imperdível e um dos filmes do ano!
Classificação: 1024 kbps

segunda-feira, setembro 20, 2004

Jersey Girl

Por muito adorável que seja Liv Tyler ou por muito bem parecido que seja Ben Affleck, Jersey Girl é uma comédia romântica que padece de uma clara falta de ideias originais. A sensação de "deja vu" perpassa esta estória de um marido que se torna pai solteiro e, no processo, perde tudo o que tinha... Depois da desgraça, vem o reatar de relações com a filha e com o mundo e a descoberta de um homem em si que até então nunca tinha (re)conhecido. No geral, é um filme "feel-good", doce e lamechas q.b. mas longe de ser um marco para o género. Ainda assim, apetecível para os fãs de comédias românticas...
Tipo: Jerry Maguire
Classificação: 128 kbps

Confessions of a Teenage Drama Queen

A girl-next-door do momento em Hollywood, Lindsay Lohen, protagoniza mais um comédia que explora o universo da vida adolescente na América. Desta feita, tendo como ponto de partida a estória de uma rapariga nascida e criada em Nova Iorque que se vê forçada a mudar-se para New Jersey. Habituada ao ritmo frenético da cosmopolita vida nova-iorquina, esta raparida de gostos urbanos e de humor instável sente-se desajustada no marasmo dos subúrbios e esforça-se para se demarcar dos restantes colegas. O filme regista mais uma interpretação segura de Lohen embora a previsibilidade do enredo e a exploração dos elementos cómicos desta trama deixem bastante a desejar. Demasiado infantil para nos arrancar mais do que uns sorrisos tímidos...
Classificação: 96 kbps

segunda-feira, setembro 13, 2004

And Starring Pancho Villa As Himself

O líder da revolução mexicana torna-se estrela de cinema. Este é o mote para um telefilme da HBO que retrata a vida de Pancho Villa antes de concretizada a revolução e explora a sua associação a um grande estúdio, como forma de garantir financiamento para a sua causa e anular a imagem negativa que tem junto dos americanos. Um António Banderas dos "bons velhos tempos" carrega às costas este "biopic" irreverente, romaceado q.b., mas com força e vigor suficientes para nos transportar para a época e proporcionar perto de duas horas de entretenimento e.... lições de história.
Classificação: 512 kbps

quinta-feira, setembro 09, 2004

Secondhand Lions

Um argumento divertido e três actores de excepção bastam para fazer um grande filme. Prova disso é Secondhand Lions, que junta Robert Duvall, Michael Caine e Haley Joel Osment numa estória de contornos iniciáticos e de amor paterno. Duvall e Caine fazem de dois irmãos inseparáveis e reformados, que acolhem o sobrinho-neto Osment no seu mundo de excentricidades, ermitismo e memórias de aventuras passadas. Um contexto estranho a um adolescente do século XXI - privado da televisão - mas a que este se apega, pelo fascínio e singularidades dos tios, mas também pela proximidade que com eles estabelece e nunca teve com a própria mãe. Um filme que renuncia ao impacto visual e promove a química entre os actores, com benefícios claros para a expressão de simplicidade e humanidade em que se baseia.
Classificação: 512 kbps

Pitch Black

Antes de matar a curiosidade sobre The Chronicles of Riddick, um das mega-produções do final de verão, resolvi rever Pitch Black, o filme que deu a conhecer a personagem Riddick e deu o empurrão-mestre à carreira de Vin Diesel (XXX, Boiler Room - este último um must-see, tipo Wall Street versão século XXI). Negro como Bréu (lol) é um filme com alma, se fecharmos os olhos aos inevitáveis clichés associados a um anti-herói invulnerável na sua arrogância. Os efeitos são formidáveis, as personagens interessantes e a estória simples mas eficaz, na medida em que explora com propriedade e "tempo" o desconhecido e o terror. E, no fundo, percebe-se o fascínio desse Riddick vejo-no-escuro-porque-tenho-os-olhos-lapidados: é a caricatura musculada de um Drácula ou, numa referência mais recente, de um Hannibal Lecter... seres com sentimentos, mas impressionantemente animalescos e imbatíveis quando atiçados. Dito isto, cheira-me que a sequela me vai desiludir de forma proporcional ao dinheiro que custou a fazer.
Classificação: algures entre os 128 e 512 kbps
Tipo: Alien

terça-feira, setembro 07, 2004

Comedian

Jerry Seinfeld é um dos mais bem sucedidos cómicos dos EUA. A série televisiva que criou para a NBC é aplaudida pela crítica e pelo público. Mas antes de todo esse sucesso, Jerry Seinfeld, como tantos outros antes e depois dele, vagueou pelo sub-mundo da stand-up comedy nova-iorquina, até que reparassem nele. No documentário Comedian, Seinfeld regressa aos palcos e relembra as alegrias, angústias, dúvidas e ambições que vivia, noite após noite, antes de encontrar o sucesso. Mais do que um documentário sobre a personalidade, Comedian é um olhar para dentro sobre o que é fazer comédia e sobre a luta daqueles que escolhem fazer os outros rir. Incontornável para quem pensa a comédia. Dispensável para os outros...
Classificação: 512 kbps

Code 46

Já que estamos numa de surpresas, como não falar já no belíssimo Code 46? Um filme da BBC Films, com Samantha Morton (In America) e Tim Robbins (Arlington Road, Mystic River). Trata-se de uma estória de amor, passada num futuro não muito longínquo, em que as cidades têm fronteiras, elementos de ciência genética são produtos de farmácia e as línguas ocidentais se fundiram. Pelo meio, um amor proibido pela ordem social, face a uma proibição de natureza científica, mas que insiste em alimentar-se. Imperdível...
Classificação: 1024 kbps
Tipo: Lost in Translation, Blade Runner

A Problem With Fear

Entre vários filmezecos de gosto duvidoso, que por obra e graça de apreciações feitas por amadores no Internet Movie DataBase (www.imdb.com) vão parar à pasta de downloads do Crítico, de vez em quando aparece uma boa supresa. E esta é uma daquelas mesmo boas. A Problem With Fear é um filme low-budget de origem canadiana que preserva a qualidade de um guião extraordinariamente complexo e original, com um travo cómico-tragico e assente num punhado de representações competentes. Na base do enredo estão alguns dos medos humanos, amalgamados na caricatura que é a personagem de Laurie (muito bem interpretado por um dos tipos do Road Trip), que, por razões que não vêm aqui ao caso, é obrigado a repensar a forma como lida com esses medos. Bizarro mas delicioso...
Classificação: 512 kbps (ver post "Por um novo sistema de classificação")
Tipo: Being John Malkovich e Eternal Sunshine of a Spotless Mind

domingo, setembro 05, 2004

Por um novo sistema de classificação



O Crítico Desempregado ganha mal, por isso não vai ao cinema. Em alternativa, paga uma avença mensal de 35 euros à Netcabo e, dependendo necessariamente da oferta providenciada pelos amigos cibernautas, saca os filmes da internet.
Como tal, o sistema de classificação dos filmes é baseado na velocidade de download, ou seja, em kilobytes por segundo (ou kbps's). Como quem diz: este filme mereceria ser transferido à velocidade tal (tanto maior quanto a qualidade que se lhe reconhece). Eis as grandezas utilizadas e respectivas avaliações qualitativas:


0 kbps - mais vale sacar o último álbum dos Santa Maria, UHF ou (perdoem-me os fãs) Xutos
9 kbps - afinal há razões para nem todos os filmes chegarem às salas portuguesas
56 kbps - do mesmo calibre que a programação televisiva das manhãs e início da tarde
128 kbps - quase que merece a dor de rins com que fico depois de 2 horas na cadeira do computador
512 kbps - dá vontade de arranjar um emprego para poder pagar uma ida ao cinema
1024 kbps - vi o preview do download, reestruturei o orçamento mensal e fui comprar o dvd à Amazon