domingo, novembro 21, 2004

Wimbledon

Tradicionalista, como aliás o torneio de ténis que lhe empresta o nome, esta comédia romântica não traz nada de novo ao género, mas é eficiente qb na exploração de uma fórmula ainda capaz de arrancar sorrisos cúmplices e aquecer corações já arrefecidos pelos rigores do Inverno luso. Pouco usual no género é o tema desportivo, que poderá, num género tendencialmente feminino, apelar mais - apesar da sequências de ténis pouco realistas - aos namorados arrastados para uma sessão de romance domingueiro. Isso e a beleza de Kirsten Dunst, promovida a diva do ténis, que forma com Paul Bettany um casal convincentemente loiro. Ou não seria o ténis o último grande reduto desportivo da "elite"...
Classificação: 128 kbps
Tipo: Jerry Maguire

segunda-feira, novembro 08, 2004

The Bourne Supremacy

Mais uma sequela absurda, no sentido em que não tem argumento que a apoie condignamente. O primeiro filme, The Bourne Identity, sem ser uma obra-prima, apresentava um enredo bem construído, com alguns momentos emocionantes e interpretações a condizer. Em suma, bom cinema de entretenimento. Em the Bourne Supremacy, já nem Matt Damon (Good Will Hunting, The Talented Mr Ripley) parece motivado para fazer crer verosímil a estória do espião amnésico perseguido pelo passado. Um filme para as partes preguiçosas e sem expectativas de domingo.
Classificação: 56 kbps

The Manchurian Candidate

The Manchurian Candidate marca o regresso do premiado realizador Jonathan Demme (Silence of the Lambs, Philadelphia) às grandes produções de Hollywood. O filme envolve-nos numa maquiavélica trama política, que envolve um candidato a vice-presidente dos EUA (Liev Schreiber), a sua mãe (uma senadora manipuladora e calculista interpretada por Meryl Streep) e um militar norte-americano (o perturbado peão representado por Denzel Washington) que suspeita ter sido vítima de lavagem cerebral numa missão no Iraque. Uma realização com toques de génio, num thriller actual no tema, descrescentemente empolgante no percurso narrativo e previsível no desfecho.
Tipo: Conspiracy Theory, Three Kings
Classificação: 512 kbps

sábado, outubro 09, 2004

Dodgeball

Lembram-se do jogo do "Mata"? Ora bem, neste filme, um grupo de homens inscreve-se num torneio de Mata em Las Vegas com o objectivo de conquistar o primeiro prémio e com o dinheiro salvar o bafiento mas familiar ginásio onde trabalham de ser engolido por uma cadeia de health clubs. Vince Vaughn é o líder dos bons e Ben Stiller o mauzão, dono da cadeia em questão. O filme tem alguns momentos hilariantes, mas no geral é apenas engraçado. Aliás, os melhores gags do filme devem-se à personagem de Stiller, no seu melhor desde Zoolander. Por ele, quase merecia uma nota positiva...
Classificação: 56 kbps
Tipo: Barbershop

sexta-feira, outubro 08, 2004

The Notebook

Para um serão romântico, de cabecinha no ombro e lenços de papel húmidos e enrodilhados entre os pés, este The Notebook serve o seu propósito. A estória em si não tem muito de original: o romance condenado pelas diferenças sócio-económicas, a separação forçada, o triângulo amoroso... Apesar disso, tem a força das grandes estórias de amor, aquelas que aquecem corações e forçam lágrimas inesperadas, graças a belos planos visuais, a interpretações convincentes e a um bom ritmo narrativo. Ainda assim, só para românticos inveterados...
Tipo: The Horse Whisperer e The Bridges of Madison County
Classificação: 128 kbps

quinta-feira, outubro 07, 2004

Sobre os Comentários

Um leitor lamentou-se da morosidade do processo de publicação de comentários. Outro queixou-se que não dava para publicar comentários, de todo. Ou seja, 50 % dos habituais leitores do blog não se dão bem com os comentários, o que não abona nada a favor do BlogSpot nem da qualidade do blog em questão. O Crítico Desempregado foi testar o processo de publicação de comentários e conclui que, de facto, não é "user-friendly", mas que, ainda assim, funciona. O Crítico Desempregado constatou que a falha é do BlogSpot e que não havia configurações esquecidas ou negligenciadas na construção do blog. Assim, e como não há perspectivas a curto prazo para uma mudança de servidor, os quatro caros leitores farão o favor de: a) deixar de ler este blog; b) ler mas privar o autor de qualquer feed-back; c) dispender alguns minutinhos e uns neurónios para passar as três janelas que o processo de publicação de comentários compreende. Um beijo de final feliz do vosso Crítico.

sexta-feira, outubro 01, 2004

The Shape of Things

A sedução é uma arte, dizia a tagline deste filme de Neil LaBute. Uma declaração que em nada nos prepara para a surpresa do final deste The Shape Of Things. Evelyn - Rachel Weisz (The Jury, Enemy At The Gates) - é uma estudante universitária de arte que desenvolve um interesse por um vigilante de biblioteca, de seu nome Adam - Paul Rudd (Cider House Rules, Romeo+Juliet). Do namoro entre os dois resulta uma profunda transformação em Adam, para melhor, tanto a nível de aparência como em termos de sociabilização e auto-confiança. The Shape of Things é um filme curioso e irrevente sobre as relações humanas, especialmente entre os dois sexos. Com um final de deixar cair o queixo...
Classificação: 512 kbps

Mindhunters

Uma turma de candidatos a investigadores do FBI especializados em traçar perfis de serial-killers é levada para uma cidade fantasma pelo professor Val Kilmer, para o teste final do curso. Mas, ao invés de simulações de cenas de crime e de pistas deixadas pelo professor, os alunos começam a ser vítimas de crimes horrendos, meticulosamente planeados, seguindo uma lógica escondida mas que revela um profundo conhecimento dos seus hábitos, o que os leva a desconfiar do professor e uns dos outros. Mindhunters é um filme de nos prender à cadeira, com puzzles bem elaborados e twists ao segundo. Contudo, o final (que é como quem diz a descoberta da identidade do assassino) deixa um pouco a desejar, não por ser previsível mas sim por ser demasiado forçado. Ainda assim, garante alguns sustos e umas unhas roídas...
Classificação: 128 kbps
Tipo: Identity

Avaliações em Pacote

A pressão silenciosa imposta pelos filmes mais frequinhos que me vão roubando espaço no disco rígido obrigam-me a uma decisão drástica: pontuar, sem apreciação qualititiva, os filmes que vi nos últimos dois meses. Fora deste pacote ficarão apenas aqueles, poucos, que por mérito próprio e por ainda não terem estreado nas salas portuguesas, merecem uma menção especial. Desta forma, deixo de me preocupar com o que ficou para trás e dedico-me exclusivamente ao que for vendo daqui para a frente. Caso algum dos meus 3 ou 4 leitores queira obter mais informações sobre os filmes que se seguem, é só pedir... o e-mail é ocriticodesempregado@hotmail.com

New York Minute - 9 kbps
My Boss's Daughter - 0 kbps
Garfield - 9 kbps
Bringing Down the House - 56 kbps
Starsky and Hutch - 128 kbps
Cypher - 512 kbps
Laws of Attraction - 128 kbps
Out of Time - 128 kbps
Barbershop I - 56 kbps
Barbershop II - 9 kbps
Win a Date with Ted Hamilton - 56 kbps
The In-Laws - 128 kbps
Spiderman2 - 128 kbps
Cold Creek Manor - 56 kbps
Head of State - 56 kbps
The Whole Ten Yards - 9 kbps
Hatley High - 0 kbps
Roomies - 0 kbps
Fahrenheit 9/11 - 512 kbps
The Prince and Me - 56 kbps
The Guru - 56 kbps
Down With Love - 512 kbps
Godsend - 9 kbps
Elf - 128 kbps
Final Destination 2 - 9 kbps
Boat Trip - 56 kbps
Harry Potter and the Prisioner of Azkaban - 128 kbps
Welcome to Mooseport - 128 kbps
The Recruit - 56 kbps
The Butterfly Effect - 128 kbps
Spartan - 128 kbps
Old School - 128 kbps
Scary Movie 3 - 9 kbps
50 First Dates - 512 kbps
View From the Top - 128 kbps
The Time Machine - 9 kbps
100 Girls - 56 kbps
How High - 56 kbps
Shade - 56 kbps
American Splendor - 128 kbps
School of Rock - 56 kbps
Timeline - 9 kbps
Underworld - 128 kbps
Lucky Seven - 56 kbps
Uptown Girls - 56 kbps
Dorm Daze - 9 kbps
The Perfect Score - 9 kbps
The Girl Next Door - 128 kbps
Chasing Liberty - 56 kbps
Seabiscuit - 512 kbps
Roger Dodger - 512 kbps
Paycheck - 56 kbps
Dumb and Dumberer - 9 kbps
Big Bounce - 9 kbps

quinta-feira, setembro 30, 2004

Alien Vs Predator

Em mais uma adaptação da banda desenhada, encontram-se agora dois monstros que, por caminhos separados, se tornaram também ícones do cinema fantástico das últimas décadas. Para não revelar nada aos fãs indefectíveis, basta dizer que Alien Vs Predator conta a estória de um duelo milenar em que um grupo de humanos desprevenidos se envolve sem querer. Alien Vs Predator tem um bom ponto de partida, mas falta-lhe um olhar novo sobre as duas espécies... Falta-lhe imaginação para ir além do que os filmes anteriores deixaram traçado. E as interpretações dos actores são pouco mais que sofríveis... Recomendo apenas a quem sabia que, independentemente do que lesse aqui, ia ver o filme...
Classificação: 56 kbps

Envy

Jack Black (High Fidelity, School of Rock) inventa um produto revolucionário que faz desaparecer os dejectos dos animais. O seu melhor amigo Ben Stiller (Meet The Parents, Along Came Polly) troçou da ideia numa fase inicial, recusou entrar no negócio e depois fica verde de inveja quando se apercebe do sucesso do amigo e da fortuna que este alcança. Esta é a estória por detrás de uma comédia que prova que juntar os dois grande actores cómicos do momento não faz necessariamente um filme. Invejo quem não viu...
Classificação: 9 kbps

Super Size Me

30 dias a comer só McDonalds. Só! Morgan Spurlock sujeita-se a este desafio para comprovar os efeitos da fast-food e a sua correlação com a crescente taxa de obesidade na América. Este é o mote para um documentário "à la Michael Moore", pronunciadamente dirigido para um ponto de vista mas com suficientes depoimentos, testemunhos, peripécias e motivos de interesse para prender a nossa atenção e ensinar até aos mais cépticos alguma coisa sobre alimentação. Depois de Super Size Me, vão pensar duas vezes antes de pedir um Big Mac...
Tipo: Bowling for Columbine
Classificação: 512 kbps

quarta-feira, setembro 29, 2004

O Critico Desempregado e a Professora Sem Colocação

Há 10 anos, à beira-mar, nasceu um amor. Um amor à primeira vista... e meia. Porque o destino viu-nos crescer na mesma cidade e na mesma escola, mas foi nas areias douradas da Costa da Caparica que nos olhámos com olhos de ver, pela primeira vez. Não te conhecia, mas reconheci-me em ti: primeiro, nos gostos musicais e, depois, em todas as outras afinidades que fomos descobrindo em conversas que serviam de pretexto para nos continuarmos a olhar. Se hoje a tua beleza tem para mim o peso de 10 anos de intimidade, lembro-me que na altura tinha a apenas a frescura e o impacto de uma obra de arte em que, a cada olhar, se descobre algo de novo para admirar. E assim conheci e fiz minha a mulher que fez de mim o homem que sou hoje. A memória de mim anterior a ti resume-se a estórias que oiço como se lê em livro, naquele limbo de identificação e afastamento da personagem. Hoje, reconheço que dependo de ti para viver. Para o bem e para o mal, este sou eu. Não mudei muito, eu sei, de há dez anos para cá. Continuo este rapazinho de barba por fazer, preguiçosamente racional, tão inseguro quanto arrogante, pragmático e picuinhas, mas que te valoriza e respeita cada vez mais por quem és. Ainda assim, amo-te e odeio-te e amo-te com uma força que eu nunca soube controlar… sempre foi maior que eu, um fenómeno divino ou diabólico que ora me consome ora me alimenta, sem eu perceber como. Percebo, isso sim, que não saberia viver sem ti, mesmo que quisesse. Por isso deixa-me tomar-te nos braços e levar-te comigo para um futuro querido mas incerto, temido e ansiado, em que, pelo menos, possamos continuar a olhar-nos, num sorriso silencioso, como quem se congratula pela sorte que nos calhou em destino de poder beijar para sempre o amor da nossa vida…

segunda-feira, setembro 27, 2004

I, Robot

A apresentação não fazia adivinhar nada de bom. Robots mauzões, explosões e chavões. E Will Smith... Mas com Alex Proyas (Dark City) a realizar lá mordi o isco. E não desgostei... I, Robot tem de facto algo de medíocre, por ser demasiado submisso face a outras referências cinematográficas que retratam o futuro e óbvio na avidez de oferecer ao espectador as explosões e lutas que garantem resultados nas bilheteiras. Ainda assim, tem elementos positivos na forma como aborda as questões filosóficas patentes na relação senhor-servo entre homens e robots. E é das consequências mais extremas dessa relação que o filme nos oferece uma lição. Uma daquelas bofetadas que nos faz sair da sala a pensar um bocadinho mais sobre a natureza humana. E isso, "nos meus livros", é sempre bom...
Tipo: Matrix, Dark City, AI
Classificação: 128 kbps

The Village

M. Nyght Shyamalan (The Sixth Sense) é um fenónemo... o rapaz tem um dom para fazer aquele tipo de filmes que agradam a todos, seja o crítico de cinema com predilecção pela produção polaca dos anos 50 ou o espectador domingueiro que aguarda com ânsia o próximo filme de Steven Seagal. Como apenas alguns poucos antes dele conseguiram de forma tão sistemática, Shyamalan usa os seus filmes como veículos de exploração da condição humana sem perder o trilho do cinema de entretenimento. Em The Village essa fórmula não se perde. Trata-se de uma espécie de "Dogville (de Lars Von Trier) meets Alien (de Ridley Scott)", mas sem a inevitabilidade trágica destes dois. Até porque quem já viu os filmes anteriores de Shyamalan deverá reconhecer-lhes finais de travo doce, reconciliadores ou até (palidamente) optimistas... Absolutamente imperdível e um dos filmes do ano!
Classificação: 1024 kbps

segunda-feira, setembro 20, 2004

Jersey Girl

Por muito adorável que seja Liv Tyler ou por muito bem parecido que seja Ben Affleck, Jersey Girl é uma comédia romântica que padece de uma clara falta de ideias originais. A sensação de "deja vu" perpassa esta estória de um marido que se torna pai solteiro e, no processo, perde tudo o que tinha... Depois da desgraça, vem o reatar de relações com a filha e com o mundo e a descoberta de um homem em si que até então nunca tinha (re)conhecido. No geral, é um filme "feel-good", doce e lamechas q.b. mas longe de ser um marco para o género. Ainda assim, apetecível para os fãs de comédias românticas...
Tipo: Jerry Maguire
Classificação: 128 kbps

Confessions of a Teenage Drama Queen

A girl-next-door do momento em Hollywood, Lindsay Lohen, protagoniza mais um comédia que explora o universo da vida adolescente na América. Desta feita, tendo como ponto de partida a estória de uma rapariga nascida e criada em Nova Iorque que se vê forçada a mudar-se para New Jersey. Habituada ao ritmo frenético da cosmopolita vida nova-iorquina, esta raparida de gostos urbanos e de humor instável sente-se desajustada no marasmo dos subúrbios e esforça-se para se demarcar dos restantes colegas. O filme regista mais uma interpretação segura de Lohen embora a previsibilidade do enredo e a exploração dos elementos cómicos desta trama deixem bastante a desejar. Demasiado infantil para nos arrancar mais do que uns sorrisos tímidos...
Classificação: 96 kbps

segunda-feira, setembro 13, 2004

And Starring Pancho Villa As Himself

O líder da revolução mexicana torna-se estrela de cinema. Este é o mote para um telefilme da HBO que retrata a vida de Pancho Villa antes de concretizada a revolução e explora a sua associação a um grande estúdio, como forma de garantir financiamento para a sua causa e anular a imagem negativa que tem junto dos americanos. Um António Banderas dos "bons velhos tempos" carrega às costas este "biopic" irreverente, romaceado q.b., mas com força e vigor suficientes para nos transportar para a época e proporcionar perto de duas horas de entretenimento e.... lições de história.
Classificação: 512 kbps

quinta-feira, setembro 09, 2004

Secondhand Lions

Um argumento divertido e três actores de excepção bastam para fazer um grande filme. Prova disso é Secondhand Lions, que junta Robert Duvall, Michael Caine e Haley Joel Osment numa estória de contornos iniciáticos e de amor paterno. Duvall e Caine fazem de dois irmãos inseparáveis e reformados, que acolhem o sobrinho-neto Osment no seu mundo de excentricidades, ermitismo e memórias de aventuras passadas. Um contexto estranho a um adolescente do século XXI - privado da televisão - mas a que este se apega, pelo fascínio e singularidades dos tios, mas também pela proximidade que com eles estabelece e nunca teve com a própria mãe. Um filme que renuncia ao impacto visual e promove a química entre os actores, com benefícios claros para a expressão de simplicidade e humanidade em que se baseia.
Classificação: 512 kbps

Pitch Black

Antes de matar a curiosidade sobre The Chronicles of Riddick, um das mega-produções do final de verão, resolvi rever Pitch Black, o filme que deu a conhecer a personagem Riddick e deu o empurrão-mestre à carreira de Vin Diesel (XXX, Boiler Room - este último um must-see, tipo Wall Street versão século XXI). Negro como Bréu (lol) é um filme com alma, se fecharmos os olhos aos inevitáveis clichés associados a um anti-herói invulnerável na sua arrogância. Os efeitos são formidáveis, as personagens interessantes e a estória simples mas eficaz, na medida em que explora com propriedade e "tempo" o desconhecido e o terror. E, no fundo, percebe-se o fascínio desse Riddick vejo-no-escuro-porque-tenho-os-olhos-lapidados: é a caricatura musculada de um Drácula ou, numa referência mais recente, de um Hannibal Lecter... seres com sentimentos, mas impressionantemente animalescos e imbatíveis quando atiçados. Dito isto, cheira-me que a sequela me vai desiludir de forma proporcional ao dinheiro que custou a fazer.
Classificação: algures entre os 128 e 512 kbps
Tipo: Alien

terça-feira, setembro 07, 2004

Comedian

Jerry Seinfeld é um dos mais bem sucedidos cómicos dos EUA. A série televisiva que criou para a NBC é aplaudida pela crítica e pelo público. Mas antes de todo esse sucesso, Jerry Seinfeld, como tantos outros antes e depois dele, vagueou pelo sub-mundo da stand-up comedy nova-iorquina, até que reparassem nele. No documentário Comedian, Seinfeld regressa aos palcos e relembra as alegrias, angústias, dúvidas e ambições que vivia, noite após noite, antes de encontrar o sucesso. Mais do que um documentário sobre a personalidade, Comedian é um olhar para dentro sobre o que é fazer comédia e sobre a luta daqueles que escolhem fazer os outros rir. Incontornável para quem pensa a comédia. Dispensável para os outros...
Classificação: 512 kbps

Code 46

Já que estamos numa de surpresas, como não falar já no belíssimo Code 46? Um filme da BBC Films, com Samantha Morton (In America) e Tim Robbins (Arlington Road, Mystic River). Trata-se de uma estória de amor, passada num futuro não muito longínquo, em que as cidades têm fronteiras, elementos de ciência genética são produtos de farmácia e as línguas ocidentais se fundiram. Pelo meio, um amor proibido pela ordem social, face a uma proibição de natureza científica, mas que insiste em alimentar-se. Imperdível...
Classificação: 1024 kbps
Tipo: Lost in Translation, Blade Runner

A Problem With Fear

Entre vários filmezecos de gosto duvidoso, que por obra e graça de apreciações feitas por amadores no Internet Movie DataBase (www.imdb.com) vão parar à pasta de downloads do Crítico, de vez em quando aparece uma boa supresa. E esta é uma daquelas mesmo boas. A Problem With Fear é um filme low-budget de origem canadiana que preserva a qualidade de um guião extraordinariamente complexo e original, com um travo cómico-tragico e assente num punhado de representações competentes. Na base do enredo estão alguns dos medos humanos, amalgamados na caricatura que é a personagem de Laurie (muito bem interpretado por um dos tipos do Road Trip), que, por razões que não vêm aqui ao caso, é obrigado a repensar a forma como lida com esses medos. Bizarro mas delicioso...
Classificação: 512 kbps (ver post "Por um novo sistema de classificação")
Tipo: Being John Malkovich e Eternal Sunshine of a Spotless Mind

domingo, setembro 05, 2004

Por um novo sistema de classificação



O Crítico Desempregado ganha mal, por isso não vai ao cinema. Em alternativa, paga uma avença mensal de 35 euros à Netcabo e, dependendo necessariamente da oferta providenciada pelos amigos cibernautas, saca os filmes da internet.
Como tal, o sistema de classificação dos filmes é baseado na velocidade de download, ou seja, em kilobytes por segundo (ou kbps's). Como quem diz: este filme mereceria ser transferido à velocidade tal (tanto maior quanto a qualidade que se lhe reconhece). Eis as grandezas utilizadas e respectivas avaliações qualitativas:


0 kbps - mais vale sacar o último álbum dos Santa Maria, UHF ou (perdoem-me os fãs) Xutos
9 kbps - afinal há razões para nem todos os filmes chegarem às salas portuguesas
56 kbps - do mesmo calibre que a programação televisiva das manhãs e início da tarde
128 kbps - quase que merece a dor de rins com que fico depois de 2 horas na cadeira do computador
512 kbps - dá vontade de arranjar um emprego para poder pagar uma ida ao cinema
1024 kbps - vi o preview do download, reestruturei o orçamento mensal e fui comprar o dvd à Amazon